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Palavras são armas

“a luta de classes é a mãe de todas as lutas”

Palavras são armas

“a luta de classes é a mãe de todas as lutas”

UM ANO A MENTIR

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Wuhan pode ter sido o ponto de chegada da covid-19 e não a origem

Os moços de fretes – os media - levaram cerca de um ano a mentir, denominando o covid-19 como ‘vírus chinês’.

"Na verdade, não faz parte das hipóteses que sugerimos para estudos futuros", acrescentou, minimizando uma declaração do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que acusou o Instituto de Virologia de Wuhan de ter deixado o vírus escapar, de forma consciente ou não.

 “E a conclusão foi que não encontramos evidências de grandes surtos que pudessem estar relacionados a casos de COVID-19 antes de dezembro de 2019 em Wuhan ou noutro lugar.”

A possibilidade do vírus partir de um laboratório - que tem sido objeto de teorias da conspiração - é extremamente improvável e não requer mais estudos, disse Embarek.

Peter Ben Embarek e peritos de doze países, na conferência de imprensa em Wuhan ALY SONG/Reuters

“Foi possível identificar vendedores, fornecedores, as quintas onde são criados os animais que ali eram vendidos, por vezes de diferentes partes da China, outras vezes importados”, explicou Peter Bem Embarek.

"Não confiem demasiado nos serviços de inteligência dos Estados Unidos" porque “estão francamente enganados em muitos aspectos”, escreveu no Twitter o perito da OMS Peter Daszak”

 

LA CUCARACHA ou a Clara Barata

«Se a vacina russa contra a covid-19 tiver qualidade, as portas da UE devem abrir-se»

O Público intitula deste modo um escrito da Clarinha Cucaracha sem que ninguém a tivesse advertido que a Federação Russa não é a União Soviética, mas que, e isso a Baratinha deve saber, já correu com Napoleão e com Hitler de vergonhosa memória.

Os contratos assinados com as farmacêuticas americanas falharam redondamente, não estão a cumprir prazos e a distribuição está feita num saco de baratas.

Há que tentar sair desta embrulhada (assim como o Guaidó considerado presidente interino da Venezuela e já deixou de o ser) de esqueleto erguido.

A prosa baratinha:

«Misturar propaganda política e ciência, em especial em tempos de pandemia, só dá mau resultado. A Sputnik foi prejudicada pela propaganda do Kremlin, mas os ensaios clínicos parecem justificar que venha a entrar na UE. Mas não inundará o mercado.

Angela Merkel entreabriu-lhe as portas da Europa, dizendo que “todas as vacinas são bem-vindas na União Europeia”. Josep Borrell, o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, pediu em Moscovo à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) que aprovasse a vacina russa Sputnik V, para se juntar ao arsenal europeu contra a covid-19 – numa conferência de imprensa que chocou muita gente na UE. Seria mesmo uma boa ideia aprovar a vacina russa contra a covid-19?

“Se a vacina for de alta qualidade, porque não aprová-la, só porque é russa?”, responde Kadri Liik, analista estónia do Conselho Europeu de Relações Internacionais (ECFR, na sigla em inglês), especialista em política russa e nas relações da Rússia com o Ocidente. “É melhor manter as coisas separadas. Seria errado pôr de lado a Sputnik V só porque a liderança russa se comportou de uma forma estúpida”, adiantou Liik ao PÚBLICO»

“As sondagens são instrumentos de acção política” Pierre Bourdieu

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“As sondagens são instrumentos de acção política”

Pierre Bourdieu

As problemáticas que são propostas pelas sondagens de opinião são subordinadas a interesses políticos, e isso orienta muito fortemente tanto o significado das respostas como o significado que é dado à publicação dos resultados. A sondagem de opinião é, no momento actual, um instrumento de acção política; a sua função mais importante talvez seja a de impor a ilusão de que existe uma opinião pública como somatório puramente aditivo de opiniões individuais; a de  impor a ideia de que existe alguma coisa que seria como que a média das opiniões ou a opinião média. A “opinião pública” que é manifestada nas primeiras páginas dos jornais sob a forma de percentagens (60% dos franceses são favoráveis a…), esta opinião pública é um artefacto puro e simples, cuja função é a de dissimular que o estado da opinião num determinado momento é um sistema de forças, de tensões, e que não há nada de mais inadequado para representar o estado de opinião do que uma percentagem.

Sabe-se que qualquer exercício de força é acompanhado de um discurso que visa legitimar a força de quem o exerce; pode mesmo dizer-se que  o que caracteriza uma relação de força é que não se tem senão a força que se dissimula enquanto tal. Em resumo, para falar com simplicidade, o homem político é aquele que diz: “Deus está connosco”. O equivalente de “Deus está connosco” é, hoje em dia, “a opinião pública está connosco”. Este é o efeito fundamental de uma sondagem de opinião: formar a ideia de que existe uma opinião pública unânime, e assim legitimar uma política e reforçar as relações de força que a fundamentam e a tornam possível.

Extrato de “L’opinion publique n’existe pas” (Quelques remarques critiques sur les sondages d’opinion) par Pierre Bourdieu

 

Que nojo - Mário Dionísio

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Que nojo

Que nojo    São carcaças
de gente morta por dentro
Escondem mucos pegajosos
que empestam toda a paisagem

São abutres pelados são caraças
de olhos vítreos de intenção
são bostas de sangue e o centro
de onde mana a corrupção
Só nunca serão carrascos
porque lhes falta a coragem

O medo os faz silenciosos
pelas costas atrevidos
Movem-nos ódios e ascos
flatulências de ambição
pequeninos verrinosos
gordurosos retraídos

São fura-greves são espias
vaidosos de ser pisados
segregam epidemias
de vergonha    São repolhos
de gangrena engravatados
São piolhos são piolhos
são piolhos

 Mário Dionísio

 

 

Los que mueren por la vida - Alí Primera

Los que mueren por la vida

Los que mueren por la vida
No pueden llamarse muertos
Y a partir de este momento
Es prohibido llorarlos

Que se callen los redobles
En todos los campanarios

Vamos pu pa' carajo
Que para amanecer
No hacen falta gallinas
Sino cantar de gallos

Ellos no serán bandera
Para abrazarnos con ella
Y el que no la pueda alzar
Que abandone la pelea

No es tiempo de recular
Ni de vivir de leyendas

Canta, canta, compañero
Que tu voz sea disparo
Que con las manos del pueblo
No habrá canto desarmado

Canta, canta, compañero
Canta, canta, compañero
Canta, canta, compañero
Que no calle tu canción

Si te falta bastimento
Tienes ese corazón
Que tiene latir de bongo
Color de vino ancestral

Viene tu cuenca de lucha
Cabalgando un viento austral
Canta, canta, compañero
Canta, canta, compañero

Canta, canta, compañero
Que tu voz sea disparo
Que con las manos del pueblo
No habrá canto desarmado

Canta, canta, compañero
Canta, canta, compañero
Canta, canta, compañero
Que no calle tu canción

Si te falta bastimento
Tienes ese corazón
Que tiene latir de bongo
Color de vino ancestral

Viene tu cuenca de lucha
Jineteando un viento austral

Canta, canta, compañero
Canta, canta, compañero
Los que mueren por la vida
No pueden llamarse muertos

Canta, canta, compañero
Canta, canta, compañero

Canta, canta, compañero
Que no calle tu canción
Si te falta bastimento
Tienes ese corazón

Canta, canta, compañero
Canta, canta, compañero
Canta, canta, compañero

 

Ely Rafael Primera Rossell, mais conhecido como Alí Primera,

Compositores: Primera Rossell Ely Rafael

 

Guerra informacional.

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  1. Guerra informacional.

Em 1989, William Lind, um autor que ajudou a desenvolver a teoria da guerra de quarta geração (um sinónimo para guerras híbridas), escreveu que "as notícias de televisão podem tornar-se uma arma operacional mais poderosa que as divisões blindadas".

Controlar informações e definir pessoas e eventos molda a maneira como os conflitos são entendidos. O controlo sobre o enredo é essencial, mas esse controlo não pode ser visto como propaganda nua e crua. A narrativa é tão cuidadosamente definida que tudo o que vem de um "Estado pária" é interpretado como falso, e o que os EUA e seus aliados dizem é visto como verdadeiro. Mesmo que sejam feitas declarações falsas – como a de que o Iraque tinha armas de destruição em massa –, elas são consideradas erros e não mentiras.

Ideias racistas profundamente arraigadas são mobilizadas para construir certos líderes como ditadores – ou mesmo como genocidas – enquanto os líderes ocidentais que enviam bombardeiros para aniquilar cidades são vendidos como humanitários. Esse exercício básico de branding de líderes políticos é característico do poder da guerra de informação. Os Estados Unidos podem ser responsáveis por mais de um milhão de mortos no Iraque, mas sempre será Saddam Hussein – e não George W. Bush – quem será visto como um criminoso de guerra e, portanto, merecedor de seu terrível destino. Os muçulmanos são sempre terroristas, os russos sempre mafiosos ou espiões, e o Estado considerado um adversário não é mais liderado por um governo, mas por um "regime". Reivindicações descontroladamente desequilibradas sobre violações dos direitos humanos tornam-se uma ferramenta central para deslegitimar dissidentes, seja por Estados seja por movimentos populares. Há uma "porta giratória" entre a Human Rights Watch, uma organização criada por atores dos EUA durante a Guerra Fria, e funcionários de política externa do governo dos EUA.

Ler AQUI

 

Poemas sobre Salazar - Fernando Pessoa

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Poema sobre Salazar

 

António de Oliveira Salazar

Três nomes em sequência regular...

António é António.

Oliveira é uma árvore.

Salazar é só apelido.

Até aí está bem.

O que não faz sentido

É o sentido que tudo isto tem

 

Este senhor Salazar

E feito de sal e azar.

Se um dia chove,

A água dissolve o sal,

E sob o céu

Fica só azar, é natural.

 

Oh, c’os diabos!

Parece que já choveu...

... ... ... ... ... ... ... ... ...

 

Coitadinho

Do tiraninho!

Não bebe vinho.

Nem sequer sozinho...

 

Bebe a verdade

E a liberdade.

E com tal agrado

Que já começam

A escassear no mercado.

Coitadinho

Do tiraninho!

O meu vizinho

Está na Guiné

E o meu padrinho

No Limoeiro

Aqui ao pé.

Mas ninguém sabe porquê.

Mas enfim é

Certo e certeiro

Que isto consola

E nos dá fé:

Que o coitadinho

Do tiraninho

Não bebe vinho,

Nem até

Café

Fernando Pessoa

ANTOLOGIA in Sobre o Fascismo, a Ditadura Militar e Salazar,

de Fernando Pessoa 5-4-1935

 

Bem no alvo!

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António Guerreiro

5 de Fevereiro de 2021, Público

A mentira no pequeno ecrã

A quem se dispõe a ver e ouvir os principais noticiários televisivos, à noite, pelas 20h, em qualquer um dos principais canais (RTP1 — salva-se a RTP2 — SIC e TVI) é-lhe infligida uma dose superlativa e alongada de notícias e reportagens sobre o Covid-19 que são exactamente iguais às notícias e reportagens do dia anterior, quase iguais às da semana anterior e horizontalmente encadeadas, sem picos nem descontinuidades, nas do mês anterior. A única coisa que difere é o teor de dramatismo, a acentuação, a mímica dos jornalistas (categoria na qual o vencedor absoluto é o clown José Rodrigues dos Santos).

Ler +»»  A mentira no pequeno ecrã

Venezuela solidária

 

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A Venezuela prepara o segundo embarque com um carregamento de 86 mil litros de oxigénio para os estados brasileiros de Roraima e Amazonas, que servirá para enfrentar a crise sanitária provocada pela Covid-19. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, recebeu a notícia com insultos, ridículos e comentários depreciativos.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que três unidades de transporte pesado farão a transferência para o Brasil e lembrou que esta operação foi uma proposta dos trabalhadores da Siderúrgica del Orinoco (Sidor), que possui uma indústria de oxigénio muito poderosa.

“Graças aos trabalhadores, estão a carregar três camiões um para Roraima e dois para Amazonas”, disse o presidente.

Há diariamente mais óbitos no Brasil do que na Venezuela desde março de 2020

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Da «A situação da Saúde – a resposta necessária à epidemia»

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“Portugal não pode aceitar que os interesses egoístas dessas grandes farmacêuticas prevaleçam sobre o direito à saúde e à vida das populações.”

Extrato da Declaração de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP

(02.02.2021)

«A situação da Saúde – a resposta necessária à epidemia»

«O Governo tem ao seu dispor todos os instrumentos legais para concretizar a mobilização e a requisição dos meios necessários para garantir esses objectivos, incluindo os meios do sector privado onde e quando se verifique essa necessidade, sempre sob a direcção do SNS.

A vacinação assume, neste quadro, um importante meio de combate ao vírus e de preservação de vidas. O acesso à vacinação tem de ser inscrito como objectivo essencial, não sujeito a políticas de racionamento e aos interesses das grandes farmacêuticas multinacionais, nomeadamente americanas, que querem ter o monopólio do negócio.

Colocar Portugal dependente unicamente da União Europeia está a constituir-se, como se prova, factor de condicionamento do acesso rápido e de acordo com as necessidades do País.

Impõe-se que se definam com clareza critérios de acesso à vacinação, apurando e combatendo de forma firme abusos e aproveitamentos. E impõe-se decisivamente que o Governo assuma a decisão soberana de aquisição de vacinas noutros países, garantindo assim a mais rápida universalidade de acesso dos portugueses à vacinação.

Nada justifica que o Governo português fique condicionado a adquirir vacinas fora do quadro das empresas já aprovadas pela União Europeia e limitado aos seus restritos contingentes.

Portugal não pode aceitar que os interesses egoístas dessas grandes farmacêuticas prevaleçam sobre o direito à saúde e à vida das populações.

O financiamento público em cerca de 11 mil milhões de euros e a contribuição de milhares de médicos, cientistas e enfermeiros e doentes de todo o mundo, foram a chave deste feito científico, que permitiu, em menos de uma ano, descobrir a vacina, e não podem servir para as farmacêuticas aumentarem os seus lucros e por isso devem ser consideradas um bem público mundial acessível a todos.

E a todos os portugueses que têm sentido as dificuldades que esta situação impõe nas condições de vida, no emprego e no salário, no isolamento ou na solidão, queremos deixar também uma palavra de esperança e confiança. Sabemos que a solução do problema de saúde tem consequências pesadas e está já a colocar dificuldades muito grandes a milhares de pessoas e famílias. O PCP continuará a intervir para que esses problemas sejam atendidos e ultrapassados com as correspondentes medidas sociais prioritárias.»

 

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