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Palavras são armas

“a luta de classes é a mãe de todas as lutas”

Palavras são armas

“a luta de classes é a mãe de todas as lutas”

Um livro ao domingo

O Preço da Chuva

de Daniel Abrunheiro 

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Não é um best-seller, não se encontra nos escaparates das livrarias nem nas estantes dos supermercados, a crítica literária de serviço, paga pelas editoras, ignora-o. No entanto, é o meu livro desta semana. Tem tudo o que aprecio: escrita original, criatividade que nos surpreende e nos mantém atentos e agradecidos pelo bem que nos proporciona.

É o meu livro deste domingo.

 

“Uma ação medieval”

Resposta a jornalista sobre Cuba a partir de 1 hora e 15 minutos

“Cuba está sofrendo um bloqueio, algo que eu considero inumano, é uma medida extrema, é como uma ação medieval, mostra um grande atraso em política externa, não tem nada a ver com a fraternidade que deve haver entre os povos do mundo. Com esse bloqueio dificulta-se a compra de alimentos, viveres, medicamentos, oxigénio. Tomámos a decisão de ajudar e enviar alimentos, oxigénio e equipamentos médicos. Hoje sai um barco e amanhã outro para ajudar o povo de Cuba, nossos irmãos.

Andrés Manuel López Obrador

Os três da vida airada:

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Cocó, Ranheta e Facada

Neste filme o Cocó é-nos apresentado como se fosse de esquerda, diz umas larachas, faz umas caretas e quando pode defender um povo agredido como Cuba p.ex.,  tosse, faz flic-flacs verbais e prontos.

O Ranheta é um manhoso, diz-se "amigo pessoal de há muitos anos da ex-presidente do CDS, aquilo a que os jornais chamam, próximo do CDS" mas já lá esteve inscrito. Faz versos e mente, mente… pretensioso e de uma desvergonha aflitiva, babou-se de gozo a cascar nos cubanos.

O Facadas é um desbocado sem freio, já foi CDS, afirmou-se da Iniciativa Liberal, passa a mão pelo lombo do Chega e sempre atraído pelo mau cheiro chegará eufórico a qualquer latrina.

É com estes doutores de palha que os media formam bestas, a tal ‘opinião pública’.

No entanto a História não esquecerá esta imagem:

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Que culpa tiene el tomate - Quilapayun

Que culpa tiene el tomate

 

La hierba de los caminos
la pisan los caminantes
y a la mujer del obrero
la pisan cuatro tunantes
de esos que tienen dinero.

Qué culpa tiene el tomate
que está tranquilo en la mata
y viene un hijo de puta
y lo mete en una lata
y lo manda pa' Caracas.

Los señores de la mina
han comprado una romana
para pesar el dinero
que toditas las semanas
le roban al pobre obrero.

Cuándo querrá el Dios del cielo
que la tortilla se vuelva
que los pobres coman pan
y los ricos mierda, mierda.

 

Quilapayun

 

Que culpa tem o tomate

A erva dos caminhos

pisam-na os caminhantes

e a mulher do operário

pisam-na os tratantes

esses que têm dinheiro.

 

Que culpa tem o tomate

que está tranquilo na mata

e vem um filho de puta

e o mete numa lata

e o manda pra’Caracas.

 

Os senhores da mina

compraram uma balança

para pesar o dinheiro

que todas as semanas

roubam ao pobre operário.

 

Quando irá querer Deus do céu

que a sorte mude

que os pobres comam pão

e os ricos merda, merda.

CUBA RESISTE! Frei Betto

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Frei Betto

Poucos ignoram minha solidariedade à Revolução Cubana. Há 40 anos visito com frequência a Ilha, em função de compromissos de trabalho e convites a eventos. Por longo período intermediei a retomada do diálogo entre bispos católicos e o governo de Cuba, conforme descrito em meus livros “Fidel e a religião” (Fontanar/Companhia das Letras) e “Paraíso perdido - viagens ao mundo socialista” (Rocco). Atualmente, contratado pela FAO, assessoro o governo cubano na implementação do Plano de Soberania Alimentar e Educação Nutricional.

Conheço em detalhes o cotidiano cubano, inclusive as dificuldades enfrentadas pela população, os questionamentos à Revolução, as críticas de intelectuais e artistas do país. Visitei cárceres, conversei com opositores da Revolução, convivi com sacerdotes e leigos cubanos avessos ao socialismo.

Quando dizem a mim, um brasileiro, que em Cuba não há democracia, desço da abstração das palavras à realidade.

Quantas fotos ou notícias foram ou são vistos sobre cubanos na miséria, mendigos espalhados nas calçadas, crianças abandonadas nas ruas, famílias debaixo de viadutos? Algo semelhante à cracolândia, às milícias, às longas filas de enfermos aguardando anos para serem atendidos num hospital?

Advirto os amigos: se você é rico no Brasil e for viver em Cuba conhecerá o inferno. Ficará impossibilitado de trocar de carro todo ano, comprar roupas de grife, viajar com frequência para férias no exterior. E, sobretudo, não poderá explorar o trabalho alheio, manter seus empregados na ignorância, “orgulhar-se” da Maria, sua cozinheira há 20 anos, e a quem você nega acesso à casa própria, à escolaridade e ao plano de saúde.

Se você é classe média, prepare-se para conhecer o purgatório. Embora Cuba já não seja uma sociedade estatizada, a burocracia perdura, há que ter paciência nas filas dos mercados, muitos produtos disponíveis neste mês podem não ser encontrados no próximo devido às inconstâncias das importações.

Se você, porém, é assalariado, pobre, sem-teto ou sem-terra, prepare-se para conhecer o paraíso. A Revolução assegurará seus três direitos humanos fundamentais: alimentação, saúde e educação, além de moradia e trabalho. Pode ser que você tenha muito apetite por não comer o que gosta, mas jamais terá fome. Sua família terá escolaridade e assistência de saúde, incluindo cirurgias complexas, totalmente gratuitas, como dever do Estado e direito do cidadão.

Nada é mais prostituído do que a linguagem. A celebrada democracia nascida na Grécia tem seus méritos, mas é bom lembrar que, na época, Atenas tinha 20 mil habitantes que viviam do trabalho de 400 mil escravos... O que responderia um desses milhares de servos se indagado sobre as virtudes da democracia?

Não desejo ao futuro de Cuba o presente do Brasil, da Guatemala, de Honduras e ou mesmo de Porto Rico, colónia estadunidense, à qual é negada independência. Nem desejo que Cuba invada os EUA e ocupe uma área litorânea da Califórnia, como ocorre com Guantánamo, transformada em centro de torturas e cárcere ilegal de supostos terroristas.

Democracia, no meu conceito, significa o “Pai nosso” - a autoridade legitimada pela vontade popular -, e o “pão nosso”

- a partilha dos frutos da natureza e do trabalho humano. A rotatividade eleitoral não faz, nem assegura uma democracia. O Brasil e a Índia, tidas como democracias, são exemplos gritantes de miséria, pobreza, exclusão, opressão e sofrimento.

Só quem conhece a realidade de Cuba anterior a 1959 sabe por que Fidel contou com tanto apoio popular para levar a Revolução à vitória. O país era conhecido pela alcunha de “prostíbulo do Caribe”. A máfia dominava os bancos e o turismo (há vários filmes sobre isso). O principal bairro de Havana, ainda hoje chamado de Vedado, tem esse nome porque, ali, os negros não podiam circular...

Os EUA nunca se conformaram por ter perdido Cuba sujeita às suas ambições. Por isso, logo após a vitória dos guerrilheiros de Sierra Maestra, tentaram invadir a Ilha com tropas mercenárias. Foram derrotados em abril de 1961. No ano seguinte, o presidente Kennedy decretou o bloqueio a Cuba, que perdura até hoje.

Cuba é uma ilha com poucos recursos. É obrigada a importar mais de 60% dos produtos essenciais ao país. Com o arrocho do bloqueio promovido por Trump (243 novas medidas e, até agora, não removidas por Biden), e a pandemia, que zerou uma das principais fontes de recursos do país, o turismo, a situação interna se agravou. Os cubanos tiveram que apertar os cintos.

Então, os insatisfeitos com a Revolução, que gravitam na órbita do “sonho americano”, promoveram os protestos do domingo, 11 de julho - com a “solidária” ajuda da CIA, cujo chefe acaba de fazer um giro pelo Continente, preocupado com o resultado das eleições no Peru e no Chile.

Quem melhor pode explicar a atual conjuntura de Cuba é seu presidente, Diaz-Canel:

“Começou a perseguição financeira, económica, comercial e energética. Eles (a Casa Branca) querem que se provoque um surto social interno em Cuba para convocar “missões humanitárias” que se traduzem em invasões e interferências militares.”

“Temos sido honestos, temos sido transparentes, temos sido claros e, a cada momento, explicamos ao nosso povo as complexidades dos dias atuais. Lembro que há mais de um ano e meio, quando começou o segundo semestre de 2019, tivemos que explicar que estávamos em situação difícil. Os EUA começaram a intensificar uma série de medidas restritivas, endurecimento do bloqueio, perseguições financeiras contra o setor energético, com o objetivo de sufocar nossa economia. Isso provocaria a desejada eclosão social massiva, para poder apelar à intervenção “humanitária”, que terminaria em intervenções militares”.

“Essa situação continuou, depois vieram as 243 medidas (de Trump, para arrochar o bloqueio) que todos conhecemos e, finalmente, decidiu-se incluir Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo. Todas essas restrições levaram o país a cortar imediatamente várias fontes de receita em divisas, como o turismo, as viagens de cubano-americanos ao nosso país e as remessas de dinheiro. Formou-se um plano para desacreditar as brigadas médicas cubanas e as colaborações solidárias de Cuba, que recebeu uma parte importante de divisas por essa colaboração.”

“Toda essa situação gerou uma situação de escassez no país, principalmente de alimentos, medicamentos, matérias-primas e insumos para podermos desenvolver nossos processos económicos e produtivos que, ao mesmo tempo, contribuam para as exportações. Dois elementos importantes são eliminados: a capacidade de exportar e a capacidade de investir recursos.”

“Também temos limitações de combustíveis e peças sobressalentes, e tudo isso tem causado um nível de insatisfação, somado a problemas acumulados que temos sido capazes de resolver e que vieram do Período Especial (1990-1995, quando desabou a União Soviética, com grave reflexo na economia cubana). Juntamente com uma feroz campanha mediática de descrédito, como parte da guerra não convencional, que tenta fraturar a unidade entre o partido, o Estado e o povo; e pretende qualificar o governo como insuficiente e incapaz de proporcionar bem-estar ao povo cubano.”

“O exemplo da Revolução Cubana incomodou muito os EUA durante 60 anos. Eles aplicaram um bloqueio injusto, criminoso e cruel, agora intensificado na pandemia. Bloqueio e ações restritivas que nunca realizaram contra nenhum outro país, nem contra aqueles que consideram seus principais inimigos.

Portanto, tem sido uma política perversa contra uma pequena ilha que apenas aspira a defender sua independência, sua soberania e construir a sua sociedade com autodeterminação, segundo princípios que mais de 86% da população têm apoiado.”

“Em meio a essas condições, surge a pandemia, uma pandemia que afetou não apenas Cuba, mas o mundo inteiro, inclusive os Estados Unidos. Afetou países ricos, e é preciso dizer que diante dessa pandemia nem os Estados Unidos, nem esses países ricos tiveram toda a capacidade de enfrentar seus efeitos. Os pobres foram prejudicados, porque não existem políticas públicas dirigidas ao povo, e há indicadores em relação ao enfrentamento da pandemia com resultados piores que os de Cuba em muitos casos. As taxas de infeção e mortalidade por milhão de habitantes são notavelmente mais altas nos EUA que em Cuba (os EUA registraram 1.724 mortes por milhão, enquanto Cuba está em 47 mortes por milhão). Enquanto os EUA se entrincheiravam no nacionalismo vacinal, a Brigada Henry Reeve, de médicos cubanos, continuou seu trabalho entre os povos mais pobres do mundo (por isso, é claro, merece o Prémio Nobel da Paz).”

“Sem a possibilidade de invadir Cuba com êxito, os EUA persistem com um bloqueio rígido. Após a queda da URSS, que proporcionou à ilha meios de contornar o bloqueio, os EUA tentaram aumentar seu controle sobre o país caribenho. De 1992 em diante, a Assembleia Geral da ONU votou esmagadoramente pelo fim desse bloqueio. O governo cubano informou que entre abril de 2019 e março de 2020 Cuba perdeu 5 bilhões de dólares em comércio potencial devido ao bloqueio; nas últimas quase seis décadas, perdeu o equivalente a 144 bilhões de dólares. Agora, o governo estadunidense aprofundou as sanções contra as companhias de navegação que trazem petróleo para a ilha.”

É essa fragilidade que abre um flanco para as manifestações de descontentamento, sem que o governo tenha colocado tanques e tropas nas ruas. A resiliência do povo cubano, nutrida por exemplos como Martí, Che Guevara e Fidel, tem se demonstrado invencível. E a ela devemos, todos nós, que lutamos por um mundo mais justo, prestar solidariedade.

Frei Betto

Só a luta nos liberta

O grupo que irá redigir a nova Carta Magna do Chile, elegeu como presidente, Elisa Loncón, dirigente mapuche, especialista em interculturalidade, doutorada em inglês pela Universidade do Chile e professora doutorada em linguística na Universidade de Frontera.

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Com este acto, o Chile marca um processo histórico para a elaboração de sua nova Constituição Política, a primeira do mundo elaborada por um órgão conjunto e a primeira do país em que estarão incluídos os indígenas, que nunca foram reconhecido na lei fundamental.

Riem-se de nós

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Quantos milhares de milhões nos foram abocanhados por estes crápulas?

O capitalismo, nas suas diversas fazes, sempre viveu e vive da rapina e, para que sobreviva, é-lhe indispensável manter uma pirâmide de escroques à sua imagem agora geridos pelos Bilderberg.

O comendador, um embusteiro que está indiciado numa burla de mil (1.000) milhões de euros através de múltiplos estratagemas e apoios oficiais, beneficiando da justiça feita por seus iguais e à sua medida que, para não ferir os sagrados princípios de uma sociedade democrática, deixou-o em liberdade sob uma caução de cinco (5) cinco milhões de euros a ser paga dentro de vinte dias.

Não é propriamente um escândalo, nem me preocupa o biltre em questão, o sistema ofereceu-lhe a oportunidade que obviamente aproveitou. O que me preocupa e enraivece é ver como os Berardos, Sócrates, Salgados e outros alcapones se movimentam rindo da tolerância que lhes é oferecida.

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