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Palavras são armas

“a luta de classes é a mãe de todas as lutas”

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A polémica já não é sobre a Festa do "Avante!"

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Bruno Carvalho Jornalista

A polémica já não é sobre a Festa do "Avante!"

 

Jornais, rádios e televisões distanciaram-se tanto da realidade daquilo a que se chama cidadão comum que praticamente já ninguém lhes dá qualquer credibilidade. No fundo, esta armadilha mediática em que vivemos é identificada com o sistema político, económico, social e cultural em que vivemos. O mesmo que mantém os trabalhadores na miséria. Os milionários que financiam o Chega fazem parte da mesma elite que financia o PS, o PSD e o CDS-PP e que sabem a importância de terem alguém que instrumentalize o descontentamento social de forma a que não caia nas mãos dos comunistas. Foi assim nos anos 20 e 30, é assim agora. 

Portanto, esta ofensiva praticamente inédita, nos últimos anos, contra a Festa do "Avante!" não seria possível sem a instrumentalização do medo das pessoas em relação à pandemia. É a oportunidade perfeita, pensam todos. E daí a aliança política-económica-mediática para meter toda a lenha na fogueira. Não importa sequer que lhes caia a careca quando Marcelo celebra as Feiras do Livro de Lisboa e do Porto, que se aplauda a prova de Fórmula 1 no Algarve com tantos assistentes como a Festa do "Avante!", que haja concertos em vários pontos do país ou manifestações e comícios do Chega. Sabem que detêm a esmagadora maioria dos órgãos de comunicação social e sabem que a extrema-direita fará o seu trabalho nas redes sociais. 

Este é o momento. Concelhias inteiras do CDS-PP saltam para o Chega, que já é levado em ombros pelos jornais, mesmo quando o partido do Chicão tenta emular o partido fascista. Rui Rio aproveita a onda para mostrar a sua verborreia anti-democrática. O PS cala-se por razões tácticas e o BE faz o papel de sonso de quem dá palmadinhas nas costas de um adversário de quem espera o pior. 

A polémica sobre a Festa do "Avante!" não é sobre a Festa do "Avante!". É sobre um país em que os grandes grupos económicos e financeiros, os seus partidos e os seus meios de comunicação social trabalham de forma irresponsável, mas competente, para empurrar Portugal para um abismo onde estivemos enfiados durante 48 anos. Para isso, há que acabar com o partido que mais lutou contra o fascismo, que influencia decisivamente a maior central sindical nacional e que governa em importantes autarquias deste país. 

Já não se trata de saber se vais ou não à Festa do "Avante!". Em casa ou na Atalaia, qualquer uma das opções é legítima. Trata-se antes de saber se vais estar do lado daqueles que vivem à custa do teu suor ou se vais estar ao lado daqueles suam ao teu lado e que sendo comunistas lutam por ti.

 

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